Outro dia uma amiga me mandou um texto sobre a desimportância dos títulos nos relacionamentos. Sabe aquela coisa de ‘ficante’, ‘rolo’, ‘namorado’, ‘noivo’, ‘marido’ e LTDA? Então, no texto dizia que essas definições não eram importantes, que o que realmente conta é que seja lá aquilo que você tenha com outra pessoa que isso somente deve ser bom e ponto. Devo dizer que concordo com o que li, mas queria dar minha contribuição no assunto sobre o outro lado da moeda… Viajar um pouco, pra variar.

Eu acho, sim, que muitos de nós supervalorizamos isso. E, na maioria das vezes, nos preocupamos justamente por querer dar algum tipo de satisfação pro mundo, sabe? Aquela coisa de responder perguntas antes que alguém venha nos questionar diretamente com assuntos do tipo: ‘Vocês namoram ou só saem?’, ‘Três anos de noivado, quando vão se casar?’, ‘Não pensam em ter filhos?’…

Enfim, essas perguntas chatas assombram nossa vida social e enquanto formos vivos, elas existirão. Acostume-se com isso. A não ser que inventem pílulas de bom senso e todos resolvam fazer uso diário delas – o que acho quase impossível –, a realidade é: Há pessoas tão inconvenientes lá fora que só faltam perguntar a um idoso de 100 anos quando ele vai morrer.

Mas, voltando ao assunto relacionamento, o que quero dizer é que devemos viver mais as coisas, aproveitá-las, senti-las em vez de ficar pensando muito sobre tudo o tempo todo, entende? Nem sempre as coisas devem ser interpretadas, às vezes é só aquilo que vimos mesmo e nada mais. Criamos tanta coisa na cabeça que travamos e nem desfrutamos a vida com plenitude. O que é quero dizer é: Apenas parem! 

Que pressa é essa? Que pressão é essa de sair três encontros e já começar pensar que se o outro falou que adora ’12 é demais’ é  porque vai querer ter mais de 2 filhos e que, por isso, vocês nunca darão certo juntos e lá se foi uma provável história de amor? Que necessidade é essa de casar porque todo mundo depois dos 35 deve ter uma família? Calma, meu povo. Respira aí.

Não é porque sua prima começou namorar no segundo encontro que significa que se você ficar meses com alguém sem ter um compromisso sério nunca dará em nada e que o outro não gosta mesmo de você, entende? Cada história é uma história, cada pessoa é uma pessoa, cada casal é um casal, cada momento é um momento…

Posso dizer, por experiência própria, que não é porque algo começa como sério logo de cara que é melhor ou mais verdadeiro que algo que acontece mais lentamente e vice-versa. Há amores e amores, eles não acontecem de maneira igual. Pra ser sincera, hoje tenho preferido agir com mais cautela porque penso que escolher alguém em potencial pra dividirmos as contas faz parte de uma das decisões mais importantes da nossa vida. Pra muitos é diferente, acham besteira considerar o tempo, eu acho sensatez.

Porém, não estou aqui para discutir isso. Estou aqui pra te dizer que tudo depende do que você quer. Não ligue pros outros, olhe pra você, tá te fazendo bem? Ótimo. Não tá? Então, ‘pera’ lá, volta duas casas no tabuleiro e analisa sua estratégia. Só é legal estar com alguém se isso nos deixa feliz, a partir do momento que você começa a ter dor de cabeça por questões bestas como essas, melhor cair fora, né?

O que estou tentando dizer é que se os dois querem a mesma coisa e deixam claro isso, tudo bem, tá tranquilo e favorável. Mas se somente uma das partes está nutrindo um sentimento, as coisas mudam totalmente. E aí que vem uma palavra que muitos se esquecem: Limite. 

Você já se sentiu enrolada ou já enrolou alguém? Quem nunca, né? Isso acontece e muito. Pra isso, o meu conselho é: Se você está enrolando alguém que parece gostar de você, não seja um completo imbecil e desenrole logo esse novelo gigante aí. Honestidade, alguém te falou sobre ela, querido? Agora, se você acha que está sendo enrolado, meu amigo, minha dica é: Seja esperto.

Nem é necessário ser muito. A sua intuição te ajudará bastante… Parece piada, mas ela não costuma falhar. Na maior parte dos casos, a outra pessoa deixa tudo muito claro, nem que seja nas entrelinhas e o que noto é muita gente fechando os olhos pra não ver… Porque, convenhamos, quando alguém gosta da gente, meu bem, por mais sutil que essa pessoa seja, a gente sente.

Se você está em dúvida se estão te enrolando ou não, o IBGE aponta que há 90% de chances da resposta ser: Sim, estão te enrolando. E a solução pra ter certeza se sim ou se não é muito simples: Pergunta. Sim, isso mesmo. Diálogo, conversa… Sabe por quê? Se a pessoa não tiver mesmo intenção de algo, ela vai ou tentar te enrolar no papo – e você perceberá –,  ou irá meio que sumir – o que você também notará fácil. Agora se ela quiser o que você também quer, a partir desse momento tudo mudará pra melhor pra vocês.

Tenha paciência, deixa as coisas fluírem, não seja um lunático que pensa que a vida real é igual as novelas mexicanas. Porém, olhe pra onde está pisando. Um dia vai aparecer alguém que te faz bem, que te traz paz… Mas você vai querer mais… E qual é problema em querer mais de algo? Errado seria se você quisesse menos do que merece.

Eu mesma me acho muito simples: Se fico com você por meses é porque tô curtindo mesmo, não nego, porque, sinceramente, não vejo sentido em ficar um tempão com alguém que só acho bonitinho, gostosinho e não sinto absolutamente nada. Pra quê? 

Resumindo: Descomplica, você não perde o que nunca teve. Levar isso por mais tempo apenas irá te fazer mais mal. Para de enrolar a si próprio. O que a gente faz com a dúvida? A gente procura a resposta. O que é essencial pra uma relação? Diálogo e sinceridade. 

Eu sei que a gente sabe disso e, mesmo assim, é comum se ver passando por coisas totalmente óbvias e desnecessárias, faz parte ser trouxa vez ou outra pra aprender algo, mas chega uma hora que ou é com a gente ou é com a gente.

Às vezes você quer um passatempo, às vezes quer um amor… O importante é saber se o outro quer o mesmo e pronto. Enrolar?  A partir de hoje, só se for me enrolar na coberta… com ou sem você, meu bem. (Jessica Delalana)

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