Ela não sabe, mas é linda até de pijama velho, de pernas pro ar e com olhos inchados.
Ela anda por aí com os cabelos ao vento, distraída com algum pensamento, que muitos gostariam de saber. Ela não é convencida, nem míope, só perde tempo demais imaginando e acaba não vendo você passar.
Sabe muito bem ser sozinha. Adora a própria companhia e, por isso, aprendeu a não aceitar outra que não seja tão agradável quanto.
Tem mais idade do que aparenta. Costuma dizer muito o que pensa e pouco o que sente.
Por estar sempre no mundo da Lua, passa por várias lojas sem sequer olhar para as vitrines. Ela ouve música quando está feliz, quando está triste e quando não sabe como está. Pra ela tudo é motivo para ouvir e gostaria que a vida real tivesse trilha sonora.
Odeia esperar e gostaria de ter mais paciência. Vive atrasada, nunca tem tempo pra nada e chega sempre no horário. Deixa a maioria das coisas pra última hora e se culpa eternamente por isso.
Sente falta da comida da mãe, mas se vira com as receitas que acha na internet. Morando sozinha aprendeu que quase todos os pratos, salgados ou doces, ficam melhores se acrescentar um pouco de creme de leite.
É independente, mas não nega abraços. Diz que queria de ter nascido em outros tempos, onde tudo parecia durar mais… “Na época em que as coisas eram consertadas ao invés de trocadas”.
Gosta de barulho, de vez em quando só precisa mesmo de silêncio. Aos finais de semana gosta de sair, ver os amigos, rir e esquecer que existe tempo. Porém às vezes passa o sábado todo vendo filmes na companhia do travesseiro.
Prefere bares a baladas, qualidade a quantidade, shows a festas grandes e solidão a determinadas companhias.
Acaba escolhendo aquela saia preferida e esquece no fundo do armário peças que nem foram estreadas.
Ela é mais inteligente do que esperta, preserva até hoje certa ingenuidade bonita de se ver. Ama os animais e chora em quase todos os filmes. Vive em nostalgia e sente saudades do que nunca aconteceu.
Ela coleciona livros inacabados. Dorme menos do que gostaria e ama mais do que deveria. Às vezes até sofre alguma desilusão, nunca para por isso.
Só corre atrás de seus ideais, nunca de alguém. Pra ela só o que é simples e recíproco vale realmente a pena.
Quem é ela? O nome dela eu não direi. Se quisesse defini-la, tampouco conseguiria. Apesar de ser difícil encontrá-la, é muito fácil reconhecê-la: Ela é aquela que quando você conhecer, se perguntará “Quem é ela?”.
(Jessica Delalana)
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