Não digo que não foi um pouco triste. Eu me magoei, sim. Mas também foi patético. Toda vez que eu lembrava, te achava mais deprimente e agradecia aos céus por ter aberto os meus olhos não tão tarde quanto poderia. Poupou um bom tempo da minha vida.
Era um dia comum, horas depois de você fazer uma de suas declarações de amor melosas. Você, do nada, me disse que estava em dúvida. Oi? Como assim? Não era você que me amava tanto às 3 da tarde? Tá usando drogas, meu bem?
Pior: Pensou que eu faria o que a maioria faz, que tentaria te convencer a me escolher e que você teria duas opções a partir daquele momento para se decidir entre a mais vantajosa. Sério mesmo? Pensou errado. Não porque me acho superior a ninguém. Só que também não sou inferior a nada, compreende?
Mesmo decepcionada, quase ri da sua cara. Nem que você fosse o Ian Somerhalder e eu tivesse 15 anos me sujeitaria a esse papel tão baixo. Sinto muito se na sua cabeça eu faria mil loucuras para ficar com você. Não faria. De verdade, sinto mesmo se eu não correspondi as expectativas que você criou. Mas se quer um incentivo, você também ficou bem abaixo das minhas e eu continuei vivendo normalmente depois disso.
Após esse dia você não se convenceu. Me mandava centenas de mensagens puxando papo. Todas ignoradas com sucesso por mim. Não era por orgulho, como você achava. Eu não estava na ‘bad’, como você espalhou por aí. Eu só não via mais sentido em continuar a conversar com você. Não tinha mais saco, sabe? Me desculpa.
E depois de enjoar de ser ignorado por meses e meses, você resolveu vir com uma que era muito maduro – risos – e que queria conversar. Acontece que nosso assunto havia morrido e sido velado fazia tempo. Enquanto você mandava o mesmo e-mail pra mim e pra ela ou lotava meu inbox de coisas desinteressantes, eu vivia e só me recordava da sua existência quando uma nova mensagem sua surgia na tela.
No fim, deu tudo certo. Você mostrou que não sabia nem o que sentia. E eu vi que me fazia feliz sem ninguém. Foi mais fácil do que eu pensava. Sei lá, acho que a decepção foi tão grande que levou embora toda admiração que eu nutria por você. E como li uma vez: ‘Só se ama o que se admira. O resto é confusão mental.’ Sorte minha, confusão passa mais rápido que amor.
Não é incrível como merecemos muito além do que pensamos e como o universo se encarrega de mostrar isso pra gente? Quando passa, se agradece. Só te peço: Não leve a mal todas as mensagens ignoradas, eu te desejo o melhor, nunca desejei o contrário. Mas a nossa história terminou aquele dia e não precisava de nenhum tipo de continuação.
Eu só facilitei as coisas pra você. Não teve que se decidir. Jamais fui uma opção porque prefiro ser aquela que escolhe. No momento que você ficou em dúvida, eu só tive uma certeza: Você era o único cara no mundo que, com toda convicção, eu não escolheria pra minha vida… Nunca mais.
(Jessica Delalana)
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