E de novo você acreditou em algo que não deu certo…. Em algo que tinha tudo para funcionar, mas que talvez nem tenha chegado a acontecer de fato. De novo alguém chegou, se esforçou pra que você se interessasse, te surpreendeu em detalhes, rodou o mundo pra te encontrar, te enviou todas aquelas músicas, deixou seu Whatsapp lotado de mensagens, te ajudou nos problemas, queria te ver toda hora, dava solução pra todos os seus pretextos, foi romântico realista, se mostrou amigo e conseguiu a incrível façanha de te deixar com a cabeça nas nuvens e os pés no chão. Até porque você já aprendeu a lição de só se entregar pra quem faz por merecer. E ele fez. Ainda assim, meses depois lá está você no estágio inicial novamente. Triste, confusa, sem saber o que houve e tentando entender o seu erro.
Você se doou, do seu jeito. Tudo bem que talvez não do jeito certo, é verdade. Afinal, você nem sabe mais o que é certo ou não. Mas tentou. E quer saber de uma coisa? Não te conheço, mas te garanto: Não existe jeito certo. Quem gosta da gente vai gostar mesmo a gente errando tudo. Quem está disposto, ensina o que a gente não sabe, valoriza o que a gente tem a ensinar e aprende junto o que os dois não têm nem ideia…
E quer saber de outra coisa? Sei que você pode ter errado, mas sei que você foi você mesma, que você foi madura, que você foi uma ótima companhia e que você foi incrível… Porém, não foi o suficiente pra fazer dar certo… Sabe por quê? Nunca será suficiente quando só uma das partes realmente tenta.
Eu não sei quais motivos levaram aquele trouxa não tentar isso de verdade com você. Sim, trouxa. Porque embora eu também use os termos ‘trouxa’ e ‘trouxiane’ para designar alguém que foi enganado, percebi que na essência isso está errado.
Trouxa é quem perde alguém que quer tentar algo genuíno entre tanta gente superficial e medíocre. Trouxa é quem deixa de experimentar, deixa de tentar, deixa de acreditar, quem vive no raso, quem não sabe como um novo sentimento pode ser profundo… Trouxa é quem deixa passar quem de trouxa não tem nada, quem é muito corajoso, diferente e foda por ainda acreditar nas pessoas, nas boas intenções e na reciprocidade.
Olha que coisa linda! Você estava feliz sozinha, aprendeu a gostar da sua própria companhia, é muito mais interessante do que jamais foi e sempre tem vários interessados no pé, mesmo assim resolveu dar uma chance para alguém que pensou ser diferente, alguém que te provou isso e que fez de tudo pra ganhar a sua confiança. Percebeu? Mesmo após ter se machucado e estar com todas as feridas cicatrizadas, você se permitiu correr o risco mais uma vez. E ele o que fez? O que a maioria covarde faz… Usar pessoas pra esquecer outras, pra fazer ciúme pra alguém, pra passar o tempo vago no fim de semana, pra fazer bonito pro amigo, pra ocupar a mente pequena…
Meu, que trouxa essa nossa geração! Que precisa enganar, iludir, mentir e inventar pra conseguir o corpo e a atenção de alguém. Que geração de merda que não sabe conquistar sendo sincera, clara e objetiva. Hoje em dia tudo é tão fácil, então por que não é simples? Qual é o nosso problema? Não é necessário esforço pra conseguir algo sem compromisso, está cheio de gente buscando isso, por que e pra que fingir pra ficar com alguém que não está querendo o mesmo que você?
Não sei. Só o que sei é que trouxa mesmo é quem não sabe valorizar alguém que sente em um mar de gente que só finge sentir… Alguém que aprendeu que dá pra se divertir sem fazer mal pra ninguém, alguém que entendeu que o riso só vale quando não depende da tristeza de outro alguém, alguém que sabe que rir juntos é mil vezes melhor que rir do outro.
Pra você, moça, só digo uma coisa: Reconheça o seu valor. Olhe como você é única, olha como tem qualidades quase extintas lá fora, olha como você faz o mundo melhor somente por estar nele. Se ele não soube reconhecer isso, não merece nada além do que teve até aqui. Você não é trouxa. Trouxa foi ele por perder uma mulher como você e um amor como o que você planejou dar a ele.
Ele, é claro, vai conseguir outras por aí e até dará uma chance real pra uma ou algumas delas, que bom, boa sorte pra ele. Mas probrezinho, nunca vai saber como seria com você, como é ser amado por você, como é dividir os dias com você… Ele pensa que conseguiu o seu melhor, mas só ficou com o aperitivo. Mal sabe ele que o prato principal nunca sequer irá saber o gosto. Esse a gente conta aos poucos os ingredientes, revela devagar os segredinhos e guarda pra quem tem fome da nossa alma, não apenas tesão pelo nosso corpo.
Só os trouxas não percebem que tiraram a sorte grande… Os espertos a agarram e não soltam nunca mais. O ‘problema’ é que os espertos, menina, sempre foram a minoria.
(Jessica Delalana)
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